quarta-feira

Adriana Falcão, verbetes do livro Pequeno dicionário de palavras ao vento

Aceitação – Pensar “então tá bom” em vez de “já que tem de ser assim”.

Beija-flor – A coisa que mais se parece com flor, tirando mulheres apaixonadas, borboletas e filhos.

Calma – Quando as agonias dormem profundamente dentro da gente.

Desculpa – Uma frase que pretende ser um beijo.

Elogio – É quando a frase surte efeito de champanhe.

Fé – É toda certeza que dispensa provas.

Graça – É tudo dado e recebido com sorriso.

Humanidade – Como é sinônimo de bondade, deveria ser coletivo de bondosos.

Idade – Aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira.

Joaninha – Bichinho que deve ter nascido num dia em que a Criação estava especialmente bem-humorada.

Lucidez – É quando o pensamento não está fora de foco.

Mãe – É aquilo que dá vontade de gritar quando a gente não sabe o que fazer.

Namoro – É quando o universo inteiro em volta importa menos que o abraço.

Ousadia – É quando o coração diz para a coragem “vá” e a coragem vai mesmo.

Perdão – Quando o Natal acontece em maio, por exemplo.

Quase – É o curinga de toda incerteza.

Romance – Caso de amor muito bem encadernado.

Silêncio – Quando os ruídos estão sem assunto.

Ternura – É amor com recheio de goiaba.

Urgente – Algo que não dá tempo de fazer xixi primeiro.

Xô – Única palavra do dicionário das aves traduzida para o português.ow

Zureta – Como a cabeça fica ao final de um dicionário inteiro.

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