quarta-feira
Stephenie Meyer - Lua Nova
"Esperei que o torpor voltasse, ou a dor. Porque a dor devia estar vindo. Eu quebrava minhas proprias regras. Em vez de fugir assustada das lembranças, eu me dirigi a elas e as acolhi. Ouvi as palavras dele com muita clareza em minha mente. Isso seria penoso pra mim, eu tinha certeza. Em especial se eu não pudesse resgatar a névoa para me proteger. Sentia-me alerta de mais, o que me assustava. Mas o alívio ainda era a expressão mais forte em meu corpo - um alívio que vinha bem lá do fundo. Por mais que lutasse para não pensar nele, eu não lutava para esquecê-lo. Eu me preocupava - tarde da noite, quando a exaustão da privação de sono penetrava em minhas defesas - que tudo desaparecesse. Que minha mente fosse uma peneira e que um dia eu não conseguisse me lembrar da cor exata de seus olhos, da sensação de sua pele fria e da cor exata de sua voz. Eu podia não pensar naquilo mas queria me lembrar de tudo. Porque só havia uma coisa em que eu precisava acreditar para poder viver - eu precisava saber que ele existira. Era só. Todo o restante eu podia suportar. Desde que ele tivesse existido."
A cura de Schopenhauer
Fernando Pessoa - Livro do desassossego
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