terça-feira
Dieta...
Uma coisa é saúde outra é obsessão.
O mundo pirou, enlouqueceu.
Religião, é dieta.
Fé, só na estética.
Ritual é malhação.
Amor é cafona,
sinceridade é careta,
pudor é ridículo,
sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal.
Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer, não.
Estria é caso de polícia.
Celulite é falta de educação.
*&¨%¨&* bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só:
pagando bem, que mal tem?
- Rosana Hermann -
O mundo pirou, enlouqueceu.
Religião, é dieta.
Fé, só na estética.
Ritual é malhação.
Amor é cafona,
sinceridade é careta,
pudor é ridículo,
sentimento é bobagem.
Gordura é pecado mortal.
Ruga é contravenção.
Roubar pode, envelhecer, não.
Estria é caso de polícia.
Celulite é falta de educação.
*&¨%¨&* bem sucedido é exemplo de sucesso.
A máxima moderna é uma só:
pagando bem, que mal tem?
- Rosana Hermann -
segunda-feira
Chii
"Ninguém estava caminhando naquela estrada.
Tinha casas sim, e a luz saía de suas janelas,
mas ninguém caminhava na estrada.
Quando eu olhei pra dentro através de uma das janelas haviam pessoas, mas elas já tinham alguém especial com elas.
Eu também olhei em outras casas.
As pessoas nelas também já tinham alguém especial,
porque estar com alguém especial é divertido.
Muito mais divertido do que estar com outras pessoas.
Então ninguém mais sai,
ninguém mais caminha nessa estrada.
Eu vou sair em uma jornada.
Eu vou para outra cidade desejando que alguém vá me achar.
Mas se esse alguém se apaixonar por mim...
Esse seria o momento (em) que eu e essa pessoa teriamos que nos separar. Mas ainda assim, eu quero encontrar aquela que é certa pra mim.
Pensando nisso, eu parto novamente na estrada que ninguém caminha."
(Do animê Chobits)
domingo
(Lubi)
Há muito ensaio.
Há muito finjo que não.
Porque são doces as palavras.
E o carinho apalpável.
Mas, é que essa casa não me cabe.
Quero outras cores na parede,
outro tapete na entrada.
E eu me cansei, me canso, todo dia.
E inexisto, assim.
É o fim.
* Do blog: http://www.coracao-na-boca.blogspot.com/
Há muito finjo que não.
Porque são doces as palavras.
E o carinho apalpável.
Mas, é que essa casa não me cabe.
Quero outras cores na parede,
outro tapete na entrada.
E eu me cansei, me canso, todo dia.
E inexisto, assim.
É o fim.
* Do blog: http://www.coracao-na-boca.blogspot.com/
segunda-feira
Clarice Lispector
sexta-feira
C. D. A.
Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
Por isso me grito,
Por isso frequento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
Preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.Só agora vejo que nele não cabem os homens.Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu pensava.Mas também a rua não cabe todos os homens.A rua é menor que o mundo.O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.Vistes as diferentes cores dos homens,
As diferentes dores dos homens,
Sabes como é fácil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
Num só peito de homem... sem que ele estale. Feche os olhos e esquece.Escuta a água nos vidros,
Tão calma.
Não anuncia nada.Entretanto escorre nas mãos,
Tão calma! Vai inundando tudo...Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos - voltarão?
Meu coração não sabe.Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.Só agora descubro
Como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduodesaprendi a linguagemcom que homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos,
As sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei
Países imaginários, fáceis de habitar,
Ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.Entretanto alguns se salvaram e
Trouxeram a notícia
De que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
Entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
Entre a vida e o fogo,
Meu coração cresce dez metros e explode.
Ó vida futura! Nós te criaremos...
Carlos Drummond de Andrade
Metade de mim...
Que a força do medo que tenho
não me impeça de ver o que anseio
que a morte de tudo em que acredito
não me tape os ouvidos e a boca
pois metade de mim é o que eu grito
mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
seja linda ainda que tristeza
que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
mesmo que distante
porque metade de mim é partida
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor
apenas respeitadas como a única coisa
que resta a um homem inundado de sentimento
porque metade de mim é o que ouço
mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade não sei
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
pra me fazer aquietar o espírito
e que o teu silêncio me fale cada vez mais
porque metade de mim é abrigo
mas a outra metade é cansaço
Que a arte nos aponte uma respostamesmo que ela não saiba
e que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
porque metade de mim é platéia
e a outra metade é a canção
E que a minha loucura seja perdoada
porque metade de mim é amor
e a outra metade também.
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