Gèneve, 27 de maio de 2006

Não quero mais essa realidade inventada. Quero, mas não posso.
Por amor à mim mesma, eu não posso mais ter essa realidade que não é a verdadeira.
E o preço a se pagar é o fim da vida perfeita. Em tempos feios isso foi a minha salvação. mas hoje preciso precisar da realidade.
Preciso estar acordada. Preciso acordar para o mundo que eu tenho aqui fora, e abandonar mais uma vez o mundo de faz de conta.
Talvez se eu sentir a angustia de quem não pode se mexer, de quem respira mas não pode se mexer, talvez isso me force a buscar a realidade que temo.
Buscar a vida real. É por isso que não posso mais entrar nessa realidade inventada que criei muitas vezes para me salvar.
Hoje renuncio a isso. e me submeto ao tormento de uma vida real.